sábado, 6 de outubro de 2012

Gêmeas siamesas nascem unidas pelo cóccix no Rio Grande do Norte

Casos de irmãos unidos pelo corpo ocorrem a cada 200 mil nascimentos. Este pode ser o primeiro relato de união pelo cóccix registrado no Brasil. Eucivânia Cunha e as filhas Ana Clara e Any Vitória, que nasceram unidas pelo cóccix em Natal apenas mais uma gravidez. Entretanto, na 11ª semana de gestação, a surpresa: "O médico fez minha ultrassonografia, perguntou se eu já era mãe e me disse que eu estava grávida de gêmeos. Ele me disse que eu estava numa gestação gemelar com os gêmeos colados", relembrou Eucivânia contemplando Ana Clara e Any Vitória, as meninas que nasceram unidas pelo cóccix (região glútea). De acordo com o neurocirurgião Angelo Silva Neto, que acompanhou a gestação de Eucivânia e o nascimento de Ana Clara e Any Vitória, este é um caso raro. É, segundo o médico, possivelmente, o primeiro no Brasil cujos gêmeos são unidos pela região glútea. "Os bebês serão submetidos a um procedimento cirúrgico para separação corporal", disse ele. "O caso dos gêmeos pigópagos, que são aqueles ligados pela superfície póstero-lateral da região sacro-coccigeana, é raríssimo. Geralmente ocorre um caso de gêmeos siameses a cada 200 mil nascimentos. Em relação aos pigópagos, eles se resumem a 20% dos casos de siameses. Ou seja, é a raridade da raridade", esclareceu o neurocirurgião. Nascidas no dia 12 deste mês em um hospital da rede privada de Natal, as meninas se desenvolvem dentro do que é considerado normal pela equipe médica que as acompanha. Elas amamentam como os demais bebês, tem órgãos internos e membros superiores e inferiores independentes, respondem a estímulos, não aparentam retardo mental e emitem sons comuns aos recém-nascidos. Angelo Silva Neto, neurocirurgião que acompanhou a gestação das gêmeas siamesas compartilham o mesmo ânus. A união corporal de Ana Clara e Any Vitória ocorreu no final da coluna vertebral, o que reduz os riscos de sérios danos ao desenvolvimento das recém-nascidas. "Os riscos são menores pois elas não estão ligadas pela médula. Poderão ficar sequelas, quando da separação dos corpos, pois há a comunhão de alguns nervos. Entretanto, elas poderão ter vida normal após a cirurgia", esclareceu Angelo Silva Neto. Apesar dos riscos do procedimento cirúrgico, os pais de Ana Clara e Any Vitória decidiram que as filhas serão operadas. "Fiquei assustada no início, mas entreguei a Deus", ressaltou Eucivânia Cunha. O neurocirurgião confirmou que está orientando os pais das gêmeas e a cirurgia para separação dos corpos não ocorrerá num curto intervalo de tempo. É preciso que as meninas completem pelo menos nove meses de vida, fortaleçam o organismo e multipliquem hemoglobinas para passarem pelo procedimento cirúrgico.