sábado, 10 de novembro de 2012

Cirurgia para separar bebês siameses mexicanos será em Goiânia

Gêmeos unidos pelo abdômen e bacia começam tratamento em janeiro. Procedimento será realizado pela equipe do especialista Zacharias Calil.
Os gêmeos siameses mexicanos unidos pelo abdômen e bacia devem desembarcar em Goiânia na primeira semana de janeiro de 2013. A data ficou acertada durante visita do cirurgião pediatra Zacharias Calil, especialista em separação de bebês nascidos com esse tipo de má formação, que foi até o México para avaliar a situação dos bebês. As crianças nasceram no dia 25 de julho em Zacatecas, a cerca de 600 quilômetros da Cidade do México, capital do país. Segundo o cirurgião, como elas têm pouco mais de um mês, terão de esperar até completar seis meses para, só então, colocar os expansores de pele, o que será realizado no Hospital Materno Infantil de Goiânia. Após a colocação dos expansores, as crianças deverão esperar quatro meses para "criar pele", necessária para fechar o abdômen e a bacia, e só então os irmãos poderão passar por cirurgia. "O ideal é que os siameses sejam separados com menos de um ano, para evitar problemas psicológicos", explica Calil. Segundo o especialista, ficou acertado que o governo de Goiás vai ceder a equipe médica, a tecnologia e o atendimento. O traslado será por conta do governo do México. Calil conta que foi procurado pela médica Gabriela Garcia, responsável pelo parto dos bebês no Hospital de La Mujer Zacatecana. Por meio da internet, ela se informou sobre a especialidade do médico goiano e entrou em contato com ele, pedindo ajuda para o caso. Avaliação A médica enviou os exames dos irmãos ao médico e Calil constatou que o caso era semelhante a uma separação de sucesso realizada em fevereiro deste ano pela sua equipe. "Temos que fazer exames para que possamos identificar a estrutura, mas não tem muita diferença dos gêmeos Israel e Levi. Na última semana, o especialista esteve no México, avaliou pessoalmente as crianças, e explicou os procedimentos aos pais. Segundo ele, os pais se sentiram seguros após saber de casos de sucesso, como o dos irmãos Israel e Levi, e aceitaram vir para Goiânia, onde já há uma estrutura e uma equipe acostumada com esse tipo de operação. Esse é o terceiro caso similar enfrentado pela equipe de Calil. Ele já atendeu 25 casos de bebês siameses e nove deles foram separados. Metade dos 18 bebês sobreviveu à cirurgia, afirma o especialista. "A estatística mundial de sobrevida é de 20% e nós tivemos sucesso em 50% dos casos", diz, explicando o motivo pelo qual ele se tornou referência em cirurgia de siameses.