domingo, 20 de outubro de 2013

Gêmeos com um corpo e duas cabeças podem chegar à vida adulta, mas chances são pouca

No início da semana, nasceram em Inajás, no Pará, dois meninos siameses com um corpo e duas cabeças. Jesus e Emanuel estão internados na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) Neonatal da Santa Casa do Pará. Segundo o obstetra Júlio Elito, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), são raras as chances de sobrevida, mas existem casos de pessoas que chegaram à fase adulta.


"A chance de sobrevida é pequena. Geralmente, estes casos já apresentam óbito intrauterino ou há morte logo após o nascimento. Olhando só pela foto, parece que está tudo bem com eles, mas dentro do organismo eles têm duas colunas, comunicação de vasos etc. Eles têm uma anatomia interna muito alterada", destaca o médico. Um dos meninos apresenta dificuldades respiratórias e precisa de cuidados especiais.


As americanas Abigail Loraine Hensel e Brittany Lee Hensel também dividem um só corpo e completaram 21 anos neste ano. Ao contrário dos brasileiros, que dividem o coração e outros órgão, as irmãs têm dois corações, quatro pulmões e dois estômagos, apesar de terem um só tronco, com dois braços e dois seios.


A incidência de gêmeos siameses é de 1 para cada 60 mil, mas o caso dos paraenses é ainda mais raro: 1 para 100 mil. Elito lembra que a alteração ocorre aleatoriamente, sem um fator de risco.
Genética dos gêmeos siameses


Gêmeas siamesas dividem mesmo corpo
EFE
As americanas Abigail Loraine Hensel e Brittany Lee Hensel também dividem um só corpo e completaram 21 anos neste ano

Os gêmeos siameses são produto da fecundação de apenas um ovulo e um espermatozoide, assim como os gêmeos idênticos. A diferença é que há um escape tardio de células do zigoto, então, formam-se dois fetos, mas unidos.


"Se a separação se dá após 3 dias da fertilização, são formados 2 embriões com duas bolsas e duas placentas e os gêmeos são idênticos. Se o escape é mais tardio, pode haver uma placenta e duas bolsas ou uma bolsa e uma única placenta. Já se a separação de células é após o 13º dia, temos os gêmeos siameses", explica o obstetra.


A diretora assistencial da Santa Casa, Neila Dahas afirma que “é importante entender que são duas crianças e não uma criança com duas cabeças. Elas já foram submetidas a uma bateria de exames, que constatou que ambas têm cérebros distintos e duas colunas, mas dividem os outros órgãos”.


Dahas diz que ainda não é possível saber como será o desenvolvimento dos bebês e nem como a saúde de um afeta o outro. A cirurgia para separação é impossível já que eles dividem órgãos vitais.


A mãe, Maria de Nazaré, de 23 anos, que tem outros três filhos, disse ter feito todo o pré-natal, exceto a ultrassonografia. De acordo com ela, os bebês nasceram com saúde e mamaram.

ENG E CHANG, OS GÊMEOS SIAMESES


 vinicius siqueira

Mesmo sendo tratados como aberrações da natureza, mesmo sendo explorados por agenciadores perversos, os irmãos Bunker criaram uma história digna de ser conhecida e colocaram à mostra as contradições de toda uma moral baseada na aparência. Apesar da união inevitável, os dois mostraram que é possível ter vidas totalmente separadas e, em dados momentos, até sentir raiva daquele que está, literalmente, colado em você.


Litografia dos Irmãos Bunker.
Recebidos como um mau sinal, os gêmeos siameses Eng e Chang nasceram em Meklong, no então chamado Sião, em 1811. Daí vem a maneira como passámos a chamar todos os gêmeos xilófagos: siameses. Mas esse nome não se fixou por acaso: foi necessário que Eng e Chang conseguissem fixar o significante no imaginário popular a ponto de fazê-lo o fundador de uma nova categoria. E conseguiram isso ao longo de suas histórias - diferentes, mas sempre juntas.

De Vassalos à Proprietários
Descobertos ainda jovens em sua vila natal, foram comprados a sua mãe. Não é de se admirar que ela fosse convencida a vender os filhos por uma promessa de futuro melhor no ocidente, já que, pela deformidade física aparente, eram tratados com desprezo e afastamento – se eram um mau sinal, então deveriam ser evitados. Os gêmeos eram uma espécie de tabu dentro do sistema de significações na própria vila.
A vida deles no ocidente não foi muito melhor no início: faziam shows em circos e eram obrigados a ouvir e responder a diversas perguntas dos curiosos da plateia que, na maioria das vezes, não tinham o menor pudor de fazer as piores e mais humilhantes indagações. Além disso, também divertiam a plateia com alguns números comuns, mas que assumiam um caráter inusitado dada a situação dos gêmeos, como os malabarismos.
Mas ainda havia outra coisa que os aborrecia, esta num plano econômico: seus agenciadores lhes pagavam dez dólares mensalmente, enquanto ganhavam mil dólares às custas da humilhação de ambos.


 Irmãos Bunker com roupa de show.
Esta situação fez com que, primeiramente, se tenham auto-agenciado e, depois de 10 anos realizando shows pelo mundo, se aposentassem em uma fazenda na Carolina do Norte, onde se naturalizaram americanos e adotaram o sobrenome Bunker. Foi lá que casaram com as irmãs Sarah e Adelaide Yates e tiveram 21 filhos. Também foi lá que tiveram propriedades, prosperaram e perderam parte de seus bens, também juntos, apesar de deixarem sempre tudo separado na vida financeira.
Brigavam muito no fim de suas vidas, tanto que, por diversas vezes, tentaram a cirurgia para separação de seus corpos, o que era negado por especialistas como sendo uma sentença de morte para ambos. Morreram em 1874, aos 63 anos, sendo a causa da morte de Chang uma pneumonia e de Eng a recusa em ser separado de seu irmão após a morte deste: acabou morrendo três horas depois de Chang (outra versão, ainda, diz que Chang morreu de susto ao ver o irmão morto).


 Família Bunker em 1965.
O curioso é que essa tentativa de “voltar à unidade humana” não reconhece os possíveis danos irreversíveis que a cirurgia de separação pode causar, como no caso mais recente dos irmãos Filipinos Carl e Clarence, que perderam grande parte das funções básicas de linguagem e de locomoção.
A questão por trás da vida dos irmãos Bunker fica então mais atirada ainda: será que é possível medir a quantidade de sofrimento que eles passaram para tentar ter relacionamentos normais com, por exemplo, suas esposas, os pais de suas esposas (que não os aceitavam, de início), com seus filhos, com a comunidade onde viviam, etc. e etc.? Em uma última viagem pela Europa, já com idade avançada, conseguiram realizar alguns show e ganharam uma boa quantia de dinheiro. O que mostra que o lugar “especial” a que ambos pertenciam enquanto crianças ainda estava intacto - que eles ainda eram, no fim das contas, atrações de circo para a sociedade europeia.


 Irmãos Bunker em idade avançada.
Um Olhar Atual Sobre os Siameses
Houve médicos que tentaram, para ganhar fama, realizar a cirurgia nos irmãos enquanto ainda eram bebês, os utilizando como cobaia de novos métodos cirúrgicos, isso já demonstra o grau de inumanidade que eles carregavam por seu “defeito” físico. E também demonstra que para ser plenamente humano não basta a biologia, mas é preciso também reconhecimento social.
Atualmente, os casos de irmãos siameses são, sempre que possível, resolvidos por meio de uma cirurgia de separação, o que talvez pudesse ocorrer com a tecnologia atual para os irmãos Bunker, que só tinham o fígado ligado, mas com funcionamento independente para cada um. Entretanto, se tentássemos olhar com uma visão um pouco mais distanciada, perceberíamos que só há essa emergência em cirurgias de separação de gêmeos siameses porque eles ainda não são considerados humanos plenos e somente com a separação dos corpos e com a formação da unidade humana socialmente reconhecida eles poderiam ser, finalmente, normais.
 Túmulo dos Irmãos Bunker.
 Leia mais: http://obviousmag.org/archives/2012/10/eng_e_chang_os_gemeos_siameses.html#ixzz29gPzsit6

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Inclusão Social


É difícil pensarmos que pessoas são excluídas do meio social em razão
das características físicas que possuem, como cor da pele, cor dos
olhos, altura, peso e formação física. Já nascemos com essas
características e não podemos, de certa forma, ser culpados por tê-las.

A inclusão está ligada a todas as pessoas que não têm as mesmas
oportunidades dentro da sociedade. Mas os excluídos socialmente são
também os que não possuem condições financeiras dentro dos padrões
impostos pela sociedade, além dos idosos, os negros e os portadores de
deficiências físicas, como cadeirantes, deficientes visuais, auditivos e
mentais. Existem as leis específicas para cada área, como a das cotas
de vagas nas universidades, em relação aos negros, e as que tratam da
inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

O mundo sempre esteve fechado para mudanças, em relação a essas
pessoas, porém, a partir de 1981, a ONU (Organização das Nações Unidas)
criou um decreto tornando tal ano como o Ano Internacional das Pessoas
Portadoras de Deficiências (AIPPD), época em que passou-se a perceber
que as pessoas portadoras de alguma necessidade especial eram também
merecedoras dos mesmos direitos que os outros cidadãos.

As diferenças enriquecem a vida de todos

A princípio, eles ganharam alguma liberdade através das rampas, que
permitiram maior acesso às escolas, igrejas, bares e restaurantes,
teatros, cinemas, meios de transporte, etc. Aos poucos, o mundo foi se
remodelando para dar-lhes maiores oportunidades.

Hoje é comum vermos anúncios em jornais, de empresas contratando essas
pessoas, sendo que de acordo com o número de funcionários da empresa,
existe uma cota, uma quantidade de contratação exigida por lei. Uma
empresa com até 200 funcionários deve ter em seu quadro 2% de portadores
de deficiência (ou reabilitados pela Previdência Social); as empresas
de 201 a 500 empregados, 3%; as empresas com 501 a 1.000 empregados, 4%;
e mais de 1.000 empregados, 5%.

Nossa cultura tem uma experiência ainda pequena em relação à inclusão
social, com pessoas que ainda criticam a igualdade de direitos e não
querem cooperar com aqueles que fogem dos padrões de normalidade
estabelecido por um grupo que é maioria. E diante dos olhos deles,
também somos diferentes.

E é bom lembrar que as diferenças se fazem iguais quando essas pessoas
são colocadas em um grupo que as aceite, pois nos acrescentam valores
morais e de respeito ao próximo, com todos tendo os mesmos direitos e
recebendo as mesmas oportunidades diante da vida.

A Causa da formação dos gêmeos siameses


Os gêmeos siameses, também chamados de gêmeos xifópagos, são gêmeos monozigóticos, ou seja, formados a partir do mesmo zigoto. Porém nesse caso, o disco embrionário
não chega a se dividir por completo, produzindo gêmeos que estarão
ligados por uma parte do corpo, ou têm uma parte do corpo comum aos
dois. O embrião de gêmeos xifópagos é, então, constituído de apenas uma
massa celular, sendo desenvolvido na mesma placenta, com o mesmo saco amniótico. Estima-se que dentre 40 gestações gemelares monozigóticas, uma resulta em gêmeos interligados por não separação completa.1
Num outro tipo de gêmeos xifópagos (hoje sabidamente mais comum) a
união acontece depois, ou seja, são gêmeos idênticos separados que se
unem em alguma fase da gestação
por partes semelhantes: cabeça com cabeça; abdômen com abdômen; nádegas
com nádegas, etc. Quando vemos alguma notícia de gêmeos que foram
"separados" por cirurgia, trata-se, quase sempre, de um caso destes.2
O termo "siameses" originou-se de uma famosa ocorrência registrada desse fenômeno: os gêmeos Chang e Eng, que nasceram no Sião, Tailândia, em 1811, colados pelo ombro. Eles casaram, tiveram 22 filhos e permaneceram unidos até o fim de seus dias.
No Brasil, houve 2 casos de bebês que nasceram com duas cabeças cada, o primeiro caso no estado da Paraíba3 e o segundo caso, no estado do Pará.4 5 6
Existem poucos casos de siameses triplos, pois são muito raros, segundo os médicos. O livro Curiosidades da Medicina de Gould e Pyle
cita um caso, no século 19, na Sicília, onde três garotos teriam
nascido com um único tórax, dois corações, dois estômagos, dois pulmões e
três cabeças.7

quarta-feira, 27 de março de 2013

Irmãs siamesas viajam para São Paulo

Eng e Chang, os Gêmeos Siameses

Mesmo sendo tratados como aberrações da natureza, mesmo sendo explorados por agenciadores perversos, os irmãos Bunker criaram uma história digna de ser conhecida e colocaram à mostra as contradições de toda uma moral baseada na aparência. Apesar da união inevitável, os dois mostraram que é possível ter vidas totalmente separadas e, em dados momentos, até sentir raiva daquele que está, literalmente, colado em você.